domingo, 27 de março de 2011

Eu mato insetos!


Ainda na sessão “confissões” (leia aqui mais confissões) eu preciso dizer que, a contragosto dos biólogos da minha família, eu mato insetos!
Logo nos primeiros anos do ensino fundamental eu já conjugava o verbo gostar assim:
Nunca gostei de insetos, não gosto, não gostarei!
E ponto final.
Não, ainda não ... deixe que eu continue.
Os meus atos homicidas contra insetos por vezes fazem com que eu me sinta culpada e com o “carrapato atrás da orelha” (me recuso a dizer “pulga atrás da orelha” porque trata-se de um inseto): Irei para o céu? Deus gosta de insetos ou foi mesmo Lúcifer quem os criou, como sempre teorizei?
Não bastasse meu ódio mortal por baratas, pernilongos, moscas, cupins, piolhos e pulgas eu descobri há alguns anos que as formigas, as quais, em um ato de misericórdia,  eu sempre deixei vivas são, na verdade,  tão ou mais nojentas que baratas! Seu poder de transmitir doenças é incrível. Aqui em casa agora não fica uma formiguinha viva caso eu a localize. Tenho orgulho em dizer que não há formigas em minha casa  (pena não poder dizer o mesmo da cozinha da minha mãe onde elas imperam absolutas há anos!).
Eu acho que são os insetos os culpados por eu detestar o verão (Vivaldi e o Humor).
Assistir ao filme “Vida de Inseto” (A Bug’s Life)  foi um horror. Um horror porque o filme é tão bonitinho que eu chorei, me senti péssima e quase me converti. Mas bastou uma noite mal dormida por causa de um safado pernilongo e uma tentativa de agressão da parte de um covarde marimbondo contra a minha inocente filhinha alguns dias depois, para o filme ser terminantemente proibido aqui em casa!  A fábula “A cigarra e a formiga” aqui em casa? Nem pensar!
Logo cedo ensinei a Isabela a não mexer com insetos e sim a matá-los.
“Vai lá filha, pega o chinelinho e mata ele!”
Assim, sem dó nem piedade!
E minha irmã fica H-O-R-R-O-R-I-Z-A-D-A! É assim mesmo, com maiúscula e espaçamento que ela fica. Eu respeito os defensores de animais (apesar de achar que chamar os insetos de animais é um verdadeiro insulto,  fazer o quê?), mas não dá, está além das minhas forças e do meu bom senso.
Também não sou tão má assim, eu tento não matar as borboletas (as coloridas), as abelhas que produzem mel, as joaninhas (e a maioria dos outros besouros também não), libélulas, gafanhotos, cigarras e grilos. Meu pai me ensinou a gostar dos grilos! Só por isso.
Mas todo esse lero-lero pra dizer que na semana passada eis que leio uma nota da Folha de São Paulo que falava sobre uma tal mostra chamada “Planeta Inseto” (ver texto da Folha abaixo) e fiquei muito surpresa em pensar que um negócio desses poderia ter público. Quem vai querer sair de casa pra ver insetos? E precisa? Quem vai querer pagar por isso? 

A-ha! Descobri que a tal mostra é gratuita (claro!).
Fiquei tão surpresa com o tema da mostra que não aguentei, precisei escrever este texto para expressar minha indignação. E o pior, a tal mostra pretende comprovar porque estes bichinhos são tão importantes. Se alguém for e descobrir, que me faça o favor de contar o porquê. 
 E    fim! 
Agora sim.



18/03/2011 - Da Folha Online
Mostra "Planeta Inseto" conta por que esses bichinhos são importantes
Você acha que os insetos não servem para nada? Pois está muito enganado. Ao menos é o que diz a exposição "Planeta Inseto", do Museu do Instituto Biológico, em São Paulo. Focada nesses pequenos seres, a mostra é um bom programa para curtir o fim de semana.
"Planeta Inseto" conta, de um jeito interativo, como é a vida desses bichinhos. Mostra, por exemplo, que eles podem ser importantes para a nossa vida, como é o caso da abelha, que produz mel. Por outro lado, também fala das "pragas urbanas", que é como são chamados os insetos que podem transmitir doenças. 
Para completar, tem microscópio para ver de perto alguns bichinhos, jogos e curiosidades --você sabia, por exemplo, que alguns povos comem insetos?




PARA CONFERIR
Exposição "Planeta Inseto"
Quando: Ter. a dom., das 9h às 17h até o fim  de 2011
Onde: Museu do Instituto Biológico (R. Amâncio de Carvalho, 546; tel.: 2613-9500/ 9400)
Quanto: grátis




sábado, 19 de março de 2011

Confissões de uma senhora




Quando começaram a me chamar de “senhora” e “dona Adriana” há cinco anos (e eu só tenho 35!!!!!) eu, que sempre fui abençoada por me acharem mais nova do que eu realmente era, confesso, fiquei muito assustada!
Tá certo que o Brasil é um país muito jovem e que quando eu tinha 13 anos achava as de 26 velhas e vá lá que a maternidade e as preocupações que advém dela tenham trazido rugas extras mas “senhora”?. Aí já é demais! Gordinha do jeito que estou e de cabelo curtinho que são dois elementos que fazem você parecer mais jovem (anote aí!), não é possível que estejam me achando com cara de velha!
Aliás, na atualidade, este termo “velho” foi abolido, já perceberam? Não é politicamente correto chamar um velho de velho, você tem que dizer que ele está na terceira idade, na melhor idade, idoso vá lá, mas velho? Que falta de educação a sua! E eu fico me policiando o tempo todo para não lançar mão desta palavra ... que estresse! Quando eu era criança adorava dizer “velha coroca” quando dava na telha. Sou presa se fizer isso hoje.
Já notei que as únicas pessoas que não se referem a mim como “dona” ou “senhora” é o tal pessoal da terceira idade (quarta, quinta ...). Estes me chamam de moça, mocinha, querida ...
E o pior são as informações que eu tenho atraído:
“Xiii, cê não sabe de nada, depois dos 35 emagrecer é quase impossível!”
“Daqui a pouquinho (daqui a pouquinho???), quando você entrar na casa dos 40 vai ter que comprar óculos. Ler bula, nunca mais a olho nu!”
“Logo logo vai ter que tingir o cabelo, você vai ver!” (eu já tinjo, desde os 15! respondo)
“Ah, minha filha... depois dos 45 tudo no corpo fica mole, sem viço ... nem ginástica resolve mais”
Eu achei que o medo de envelhecer nunca fosse me atingir, nunca tive medo da passagem para o lado de lá (o das donas, você sabe!) mas na nossa sociedade, bombardeada de informações sobre como não envelhecer, o ato (de bravura) de não envelhecer se torna tão importante que até eu, que nunca dei bola pra isso, começo a ficar temerosa ...
Conheço algumas donas que usam all-star (essa foi pra vocês duas! Vocês sabem quem! Ah ah ah), outras que usam mini-saias (e colocam orgulhosas as pernas de fora no Orkut), outras que mentem a idade, que usam muito brilho e maquiagem, que vão a baladas com as filhas de 12 anos (pior: vestidas como elas!), que usam cabelão igual a da super BÜNDCHEN, ou seja, fazem qualquer coisa que possa ajudá-las a se sentirem moçoilas ...
Mas cá com meus botões, estou pensando que se este temor não passar, 
eu tenho certeza de que em 10 anos, eu hei de fazer o mesmo que elas!


domingo, 13 de março de 2011

Vivaldi e o Humor

 
Os primeiros meses deste ano realmente me deixaram muito irritada. Que calor  insuportável! Detesto ficar suando aos cântaros! Não dá vontade de fazer nada ... a não ser ficar prostrada em frente a um bom ventilador.
            E pra dormir? Mesmo quem tem ar condicionado no quarto reclama que a cabeça fica atordoada e o ouvido zunindo pela manhã, afinal, a maioria deles ainda é muito barulhenta.
Que inveja da minha filha ... correu todos esses meses só de calcinha pela casa  e pelo quintal. Nessas horas, eu queria ter 3 anos de novo só pra poder fazer igual! E os homens, que podem desfilar por aí só de shorts, sem camiseta?
A luz do dia ou a falta dela parece que pode influenciar o estado de espírito das pessoas. No verão,  tenho a impressão de que há mais bom humor no ar (diferentemente do que acontece comigo, diga-se de passagem) e no inverno, as pessoas ficam mais introspectivas. Você sente o mesmo?
            Pesquisando sobre o assunto eu obtive algumas informações interessantes a respeito da influência do clima em nosso humor.
            A exposição ao sol estimula a produção de serotonina, o hormônio do bem-estar e da felicidade , e porque no verão há mais luminosidade e os dias são mais longos as pessoas sentem-se mais dispostas a sair e interagir . Em contrapartida, o inverno nos remete ao recolhimento.
O inverno e o outono, por apresentarem dias mais frios e mais curtos, fazem com que as pessoas fiquem mais introspectivas e convidam à reflexão. Mas cuidado, o isolamento e o afastamento do convívio social podem trazer depressão.
A Inglaterra, por exemplo,  é conhecida por, em boa parte do ano, apresentar clima frio e nebuloso.  Será que é por isso que os ingleses são tão deprimidos e a taxa de suicídio entre eles (especialmente jovens) é tão alta? Parece que sim. Neste mesmo país, por conta disso, os órgãos públicos nos últimos anos tem os incentivado  a saírem às ruas e continuarem suas atividades rotineiras mesmo com frio e neve.
Nos meses mais frios é possível aumentar a disposição e o bom humor, através de uma alimentação rica em vegetais e grãos integrais. Chocolates e pães também são bem-vindos pois aumentam os níveis de serotonina. (Graças a Deus! Que venham os pães deliciosos e quentinhos da padaria, com muita manteiga!)
No entanto, parece que o que pode garantir bom humor o ano todo é a pratica regular de atividade física, pois ela auxilia na produção de endorfina, que ajuda a relaxar e dá prazer, despertando o bem-estar.
O mês do ano mais esperado por mim é Setembro.
Eu amo a primavera!
Apesar de ser o mês em que eu mais espirro (trata-se da estação onde há mais pólen no ar) é o início da época mais deliciosa para mim. Quando entramos no mês de Setembro, eu começo a ouvir Vivaldi, ele toca bem dentro da minha cabeça ... fico cantarolando o dia todo.
A minha vontade era de não ligar para o ridículo da situação e sair rodopiando por aí com uma saia de bailarina e flores na cabeça. Já que não posso fazer isso, pois apesar de não haver mais manicômios, eles foram substituídos por “hospitais psiquiátrios” (e eu realmente não gostaria de conhecer um) eu ponho a minha filha para realizar tal intento.
E me realizo ao vê-la dando voltas e tentando fazer “pliês” pela casa.
Não há mau humor que resista!



sexta-feira, 4 de março de 2011

Pensando em aprender uma língua estrangeira?




Eu estava pensando sobre o que seria meu texto desta semana e, apesar de inúmeras ideias surgirem, eu optei por escrever sobre aquilo que foi “minha praia” por 15 anos: o ensino e o aprendizado de uma língua estrangeira. Afinal, estamos no começo do ano e muita gente está saindo às ruas, procurando uma escola de línguas para se matricular ou matricular seus filhos.
Eu comecei a aprender Inglês na década de 80, aos 13 anos. Na época, uma idade ideal para começar. Hoje em dia os estudos mostram que quanto mais cedo, melhor. Me lembro que estudei com livros importados pois ainda não havia livros de qualidade do ensino de Inglês escritos por brasileiros para brasileiros, como há tantos hoje no mercado!
Tenho orgulho em dizer que 4 anos depois de ter iniciado meus estudos e sem nunca ter feito nenhum curso no exterior eu já falava Inglês fluentemente. Uma coisa que muita gente confunde é o que significa falar fluentemente uma língua.
 Citando o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa:

fluente
1. Que corre com facilidade; corrente, fluido;
2. Fig. Natural: abundante, fácil, espontâneo;

 Você fala fluentemente uma língua quando é capaz de se comunicar, nas mais variadas situações, nessa língua, mesmo que cometa alguns erros de pronúncia e de gramática ou que lhe faltem determinadas palavras ao se expressar. Ainda assim, seu interlocutor será capaz de compreendê-lo. 

proficiente
1. Que tem perfeito conhecimento; competente, capaz, hábil, destro.

Você é proficiente em uma língua estrangeira quando tem domínio de fala e escrita e raramente, muito raramente comete erros. Mesmo sendo proficiente, pode ter sotaque, o que normalmente acontece, a menos que moremos em um país estrangeiro por pelo menos 1 ano.
Há inúmeros certificados de língua estrangeira hoje em dia. Alguns deles testarão sua fluência, outros sua proficiência e alguns testarão até seu nível exato de conhecimento, seja ele básico, intermediário ou avançado. O mais importante é que o teste seja validado por uma universidade estrangeira de renome e que a escola que o esteja oferecendo seja oficialmente um centro examinador daquela universidade.
Outra coisa que muitos alunos sempre me perguntaram ao longo da minha carreira é se há uma idade ideal para começar. Eu acredito que a partir dos 3 anos de idade, na escola regular, na educação infantil mesmo, a criança pode começar a ter contato com a língua através de atividades simples e lúdicas que possam, mais do que tudo, criar interesse e gosto pela língua estrangeira. Mas nunca é tarde para se começar nada nessa vida, embora quanto mais tarde, mais difícil será se comprometer com um curso de qualidade, que levará alguns anos.
E não se iludam aqueles que pensam que colocarão seu filho de 7 anos em uma escola de línguas particular e pensam que em 4 anos (como aconteceu comigo) ele falará a língua fluentemente pois é necessário conhecimento de mundo para poder falar bem uma língua estrangeira, quero dizer, quanto mais conhecimento e experiência de vida você tiver,  mais fácil e mais rápido você aprenderá uma língua estrangeira. Uma criança de 11 anos ainda não possui, muitas vezes, sequer maturidade para se expressar em seu próprio idioma. É por isso que comigo deu certo iniciar meus estudos aos 13. Porém, se eu tivesse começado aos 7, quando me formei aos 17,  eu estaria falando muito, muito melhor ... por isso, aconselho aos pais colocarem seus filhos em uma escola de línguas desde cedo. E não terem pressa! A criança só vai começar a se comunicar mesmo quando tiver maturidade para desenvolver suas habilidades sociais.
Fluência leva tempo!  E é por isso que escolas que prometem uma aprendizagem rápida funcionam apenas para que a pessoa tenha uma noção básica (no máximo intermediária) do idioma. Se comunicar em outra língua, repito, leva tempo e vai depender, como disse anteriormente, da experiência e conhecimento de mundo da pessoa, de sua cultura (quanto maior o conhecimento cultural, mais fácil), das horas que ela tem para se dedicar ao estudo fora da sala de aula e de sua persistência em não interromper o curso.
Quando acontece uma crise econômica, a primeira coisa que o brasileiro pensa que pode retirar de sua vida para poupar dinheiro é lazer e cursos extras, como o de línguas! Uma besteira das grandes pois quando você para um curso de línguas sem concluí-lo, todo o investimento feito, será perdido. E o retrocesso é grande. Quando não se está em contato frequente com a língua estrangeira, perde-se muito rápido o que já havia sido adquirido. Uma pena!
Se tiver de optar entre 2 aulas semanais de uma hora, por exemplo, ou 1 vez por semana com uma aula de 2 horas, sempre dê preferência a primeira opção pois está comprovado que depois de 50 minutos de uma aula, a nossa atenção diminui drasticamente (se for criança, depois de 30 minutos). Além disso, você estará em contato com a língua mais vezes por semana.
Procure perceber se o método com o qual você estudará está de acordo com suas necessidades. Eis um resumo dos métodos ou abordagens mais comuns e seus objetivos:
  • Método Gramática-Tradução: a segunda língua é ensinada tendo como base a língua mãe, por isso o professor pode usar o Português em sala de aula; trabalha-se com memorização de palavras e exercícios intensivos de gramática; não há muito espaço para a fala pois usa-se muito a escrita e não é dada muita ênfase à pronúncia; o professor é o centro da aula, que é bastante expositiva;
  • Método Audio-Lingual: é dada muita ênfase à fala e à pronúncia e pouca à escrita; normalmente os alunos passam boa parte da aula (muitas vezes em um laboratório, usando fones de ouvidos) escutando e repetindo palavras e frases; aqui o aluno não aprende errando, seu erro não é considerado como gancho para a aprendizagem; aprendizagem intensiva através de repetições;  o aluno deve primeiro ouvir, depois falar, e então ler, para finalmente escrever na língua alvo; o centro da aula são as repetições ou drills.
  • Abordagem Comunicativa: a aula é centrada no aluno, este deve atuar mais do que o professor em sala de aula; aula baseada em práticas orais de situações do dia-a-dia; erros são bem vindos e aprende-se muito com eles; a gramática será estudada como uma ferramenta auxiliar da fala, e não será o centro das atenções; em sala de aula apenas a língua alvo deve ser usada, mesmo em estágios iniciais; ênfase em dramatizações e trabalhos em grupo.
Mas o mais importante é a escolha da escola. Veja o que uma boa escola de línguas deve ter e como devem ser seus professores:
- cada grupo não deve ter mais do que 10 alunos por sala;
- a escola deve ter uma estrutura que permita ao aluno explorar a língua, além da sala de aula: biblioteca, computadores, filmes e atividades culturais que envolvam o idioma são desejáveis;
- um curso de línguas completo deve oferecer uma carga horária igual ou superior a 400 horas/aula;
- o professor deve ter liberdade de usar materiais diversos em sala de aula, e não só o material didático obrigatório;
- seus professores devem ter certificação internacional comprovada e, de preferência, vivência no exterior e serem da área do ensino (preferencialmente formados em Letras), além de um bom conhecimento cultural da língua e seus falantes. Precisa ser descontraído, alegre, ter bom senso de humor, facilidade de relacionamento e sensibilidade para saber lidar com diferentes tipos de pessoas;

        Creio que essas sejam as informações mais importantes.

Bom curso e se tiver qualquer dúvida, deixe seu comentário e eu o responderei.



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